domingo, 22 de novembro de 2009

Requiem;


A diferença entre grandes ideias e grandes obras está no simples ato de sobrepujar o mundano, de não cair quando encontrar o primeiro erro de gramática, de levantar a cama e deixar de lado o conforto do sono, mesmo sabendo que as consequências disso podem acabar estragando mais um dia útil na nossa vida.
Sei disso por que aconteceu comigo hoje, INSPIRAÇÃO pode-se dizer, ou qualquer outra palavra que possa representar o simples evento que é uma grande ideia! Não que estar escrevendo isso seja uma grande ideia, mas quebrou o continuo de que era minha vida, e simplesmente alterou todo um resultado que seria a resposta da minha equação, essa poderia ser uma noite qualquer, eu poderia dormir, acordar e ir para aula (um pouco cansado, por que já são 2 e 46) mas não foi assim pelo simples desejo de mudança.
É claro pra mim faz um tempo que não estou feliz com a minha vida. Parece que tem sempre algo de errado, parece que não consigo organizar minhas ideias pra ter uma conversa coerente, tenho a impressão que sempre estou enganando alguém com minhas palavras quando essa pessoa concorda comigo por que tudo soa incoerente. Não sei se sempre foi assim e eu não percebia antes, ou se agora por algum motivo obscuro tudo mudou (talvez a queima de neurónios por substancias tóxicas, coisa que eu nunca acreditei, mas coincidente mente tem acontecido de maneira quase simultânea com essa minha sensação de “burrice”). Porem hoje foi diferente, depois de algumas coisas que aconteceram parece que aquela sensação foi substituída por um calor agradável, que me faz sentir muito bem, com vontade de mudar as coisas. Volto a ser condencente e falar que não quero ser pretensioso e achar q isso que escrevo é algo de relativa importância, mas me parece muito mais agradável do que me deitar e dormir, e só de pensar em uma única pessoa que possa ler, sem contar os meus amigos que vão ler isso só pra me agradar, fico muito feliz.
Imagino que uma pessoa vai ler isso e realmente tirar proveito de alguma coisa escrita aqui, apesar de ser tudo “meta-escrita” (espero estar usando o termo correto e também não ter o inventado agora) me parece tudo tão lógico e coerente, tenho certeza q quando eu ler isso tudo pra corrigir não vai me parecer tão bom. Deixando os devaneios, esta pessoa ( o que vai tirar algum proveito) irá ler pelo simples motivo de acreditar que eu vou falar algo de interessante, que pode fazer verdadeiro sentido. Eu o considero meu melhor amigo, justamente por esse motivo, ele é o único que realmente escuta o que eu digo, nem que seja para corrigir, ou censurar. Ele é o único que parece dar significado real as coisas, alem do interesse quase óbvio que os outros (quando digo os outros digo quase que todos os outros) dão, ao simples valor da conversa para demonstrar status. Dou o exemplo de alguém que
fala com outro sobre “nietzsche” para poder contar aos terceiros como foi interessante essa “conversa”, com tal pessoa, como foi legal encontrar alguém que entende de nietzsche no meio de tanta gente sem cultura. Isso pra mim sempre foi uma grande ofensa, não o próprio nietzsche, mas a ideia de status que a nossa sociedade impõe e que acaba por fazer as pessoas esquecerem o verdadeiro significado das coisas.
Já a coisa parece ser diferente com esse meu amigo, apesar de todos os problemas que ele tem (sem querer ser o juiz de qualquer coisa ou qualquer um, simplesmente dando minha opinião), parece realmente querer obter a essência de tudo, e realmente entender isso, o engraçado que isso demonstra um grau de inocência por parte dele que todos juravam ser justamente o oposto de sua personalidade!
Sei que falar (ou escrever) sobre a perda da essência do verdadeiro pensamento, por que no momento que comecei a digitar a minha batalha foi perdida, posso acabar sendo mal interpretado como um critico da mesma laia do que o filosofo de buteco q mencionei a cima (essa ultima frase seria mais uma grande evidencia disso, já que esses falsos filósofos sempre tentam se esconder na sua própria argumentação), mas a minha intenção é das mais puras, a de realmente “falar por falar”.
Se meu texto falta coerência ou sentido de qualquer maneira é por um simples fato, eu falo por falar. Pra mim parece muito mais claro desenvolver as ideias durante um discurso, sempre fui assim. Lembro que na sexta serie durante uma apresentação de um trabalho de Historia, sobre o socialismo cientifico, me tornei comunista. Durante a apresentação mesmo, e no meio da coisa toda comecei a defender fervorosamente as ideias de Marx, nem sabia direito o que falava, mas tudo se encaixava enquanto as palavras saiam da minha boca, e como numa esteira de produção a primeira frase vinha simultaneamente com a ideia da segunda. Desde então sempre fui assim, claro que já não sou comunista, e mudei muito, mas para mim sempre foi muito bom argumentar, discutir, em um quase monologo, por isso estou achando tão prazeroso escrever isto aqui, e espero que sirva de proveito para alguém, apesar de ao mesmo tempo falar sobre muitas coisas, realmente não fala sobre nada. Mas fica claro que no mínimo serviu para minha auto-compreensão.
Um grande abraço e até a próxima inspiração!

Requiem: